segunda-feira, 7 de julho de 2008

OS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

Os principais Transtornos de Ansiedade são: Síndrome do Pânico, Fobia Específica, Fobia Social, Estresse Pós-Traumático, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Distúrbio de Ansiedade Generalizada.

Todos têm a ansiedade como manifestação principal. Ansiedade é um estado emocional de apreensão, uma expectativa de que algo ruim aconteça, acompanhado por várias reações físicas e mentais desconfortáveis.

É comum que haja sobreposição de sintomas e assim uma pessoa pode apresentar sintomas de mais de um tipo de transtorno de ansiedade ao mesmo tempo.

No geral, os transtornos de ansiedade respondem muito bem ao tratamento psicológico.

ESTRESSE PÓS TRAUMÁTICO:

Estado ansioso com expectativa recorrente de reviver uma experiência que tenha sido muito traumática. Por exemplo, depois de ter sido assaltado, ficar com medo de que ocorra de novo, ter medo de sair na rua, ter pesadelos, etc. Geralmente após um evento traumático a ansiedade diminui logo no primeiro mês sem maiores consequências. Porém, em alguns casos, os sintomas persistem por mais tempo ou mesmo aparecem só depois de um tempo, levando a um estado denominado como Estresse Pós Traumático.

DISTÚRBIO DE ANSIEDADE GENERALIZADA:

Estado de ansiedade e preocupação excessiva sobre diversas coisas da vida. Este estado aparece frequentemente e se acompanha de alguns dos seguintes sintomas: irritabilidade, dificuldade em concentrar-se, inquietação, fadiga e humor deprimido.

SÍNDROME DO PÂNICO:

A Síndrome do Pânico é caracterizada pela ocorrência de freqüentes e inesperados ataques de pânico. Os ataques de pânico, ou crises, consistem em períodos de intensa ansiedade e são acompanhados de alguns sintomas específicos como taquicardia, perda do foco visual, dificuldade de respirar, sensação de irrealidade.

FOBIA SIMPLES:

Medo irracional relacionada a um objeto ou situação específico. Na presença do estímulo fóbico a pessoa apresenta uma forte reação de ansiedade, podendo chegar a ter um ataque de pânico. Por exemplo a pessoa pode ter fobia de sangue, de animais, de altura, de elevador, de lugares fechados ou abertos, fobia de dirigir, etc. Há muitas formas possíveis de fobia, visto que o estímulo fóbico assume um lugar substituto para os reais motivos de ansiedade da pessoa. O motivo original vai ser descoberto na terapia.

FOBIA SOCIAL:

Ansiedade intensa e persistente relacionada a uma situação social. Pode aparecer ligado a situações de desempenho em público ou em situações de interação social. A pessoa pode temer, por exemplo, que os outros percebam seu "nervosismo" pelo seu tremor, suor, rubor na face, alteração da voz, etc. Pode levar à evitação de situações sociais e um certo sofrimento antecipado. A pessoa pode também, por exemplo, evitar comer, beber ou escrever em público com medo de que percebam o tremor em suas mãos.

TRANSTORNO OBSESSIVO - COMPULSIVO:

Estado em que se apresentam obsessões ou compulsões repetidamente, causando grande sofrimento à pessoa. Obsessões são pensamentos, idéias ou imagens que invadem a consciência da pessoa. Há vários exemplos como dúvidas que sempre retornam (se fechou o gás, se fechou a porta, etc.), fantasias de querer fazer algo que considera errado (machucar alguém, xingar, etc.), entre vários outros.

As compulsões são atos repetitivos que tem como função tentar aliviar a ansiedade trazida pelas obsessões. Assim, a pessoa pode lavar a mão muitas vezes para tentar aliviar uma idéia recorrente de que está sujo, ou verificar muitas vezes se uma porta está fechada, fazer contas para afastar algum pensamento, arrumar as coisas, repetir atos, etc.

UMA NOTA PARA REFLEXÃO:

O QUE É NORMAL E O QUE NÃO É NORMAL EM NOSSA VIDA MENTAL?

É importante notar que todos nós apresentamos alguns comportamentos "estranhos" uma vez ou outra. A vida psicológica normal é cheia de estados emocionais variados, de transições e crises. Todos nós temos alguns medos ilógicos, algumas idéias intrusas em nossa consciência e diversos estados mais intensos de ansiedade.

O QUE CARACTERIZA UM ESTADO COMO PATOLÓGICO É QUANDO ESSAS SITUAÇÕES DOMINAM A NOSSA VIDA MENTAL, quando os estados que nos causam sofrimento emocional (ansiedade, desânimo, etc.) passam a ocupar o primeiro plano em nossas vidas e nos impedem de viver outras experiências.

Nestas situações necessitamos de ajuda. A ajuda psicológica nos ajuda a sair destes estados de paralisia, a transformar nossas vidas e assim, a construir uma vida mais plena.


terça-feira, 1 de julho de 2008

Entrevista com o médico, Clínico Geral, Dr. Cyro Martins, sobre a profilaxia e métodos para combater a Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa:


Pergunta: - Dr.Cyro, quais os fatores determinantes que diferenciam a Anorexia da Bulimia?

Resposta: A Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa são caracterizadas por distúrbios graves do comportamento alimentar. A principal característica da Anorexia é a recusa em manter um peso corporal mínimo normal. A Bulimia é caracterizada por episódios recorrentes de libação alimentar (comer exageradamente), seguidos de comportamento alimentar compensatório, tais como vômitos auto-induzidos. Apesar das características diferentes, as duas patologias apresentam características comuns: ambas costumam ocorrer em mulheres jovens e previamente saudáveis, que desenvolvem preocupação exagerada com a forma e o peso corporal. No critério diagnóstico, a distinção entre Anorexia e Bulimia é baseada no peso corporal: pacientes anoréxicos têm, por definição, peso corporal excessivamente baixo, enquanto pacientes bulímicos possuem peso corporal na faixa normal ou acima do normal.


Pergunta: - Quais os métodos aplicáveis para a recuperação do paciente anoréxico ou bulímico?

Resposta: - O tratamento inicial do paciente anoréxico envolve uma avaliação da necessidade de internação, pois, algumas vezes, existem problemas médicos associados (e decorrentes de perda de massa corporal), que comprometem gravemente a saúde do paciente, determinando a necessidade de acompanhamento hospitalar (suporte nutricional, correção de desequilíbrios eletrolíticos, entre outros). Uma vez determinada a possibilidade de tratamento ambulatorial, inicia-se a abordagem psiquiátrica, que envolve dois aspectos: primeiro, o suporte emocional durante o período de ganho de peso. Os pacientes concordam com a necessidade de correção do peso corporal, mas resistem ao aumento da carga calórica. Em segundo lugar, é preciso que os pacientes aprendam a basear sua auto-estima, não em atingir um peso corporal impropriadamente baixo, mas sim no desenvolvimento de relações pessoais satisfatórias, e em alcançar objetivos acadêmicos e ocupacionais razoáveis.
O tratamento da Bulimia é realizado geralmente em nível ambulatorial. A Terapia Cognitivo-comportamental é um tratamento psicológico de curto prazo (4 a 6 meses), focado na preocupação interna do paciente com seu peso e forma corporal, na persistência de dietas e libações alimentares e vômitos induzidos característicos do problema (o índice de remissão, nesta forma de terapia, é da ordem de 25 a 50%).



Pergunta: - Os antidepressivos tricíclicos, os ISRSs e os OMAOs têm eficácia necessária para alívio dos sintomas?

Resposta: - No caso da Anorexia, parece não haver valor no uso de substâncias psicotrópicas. O uso de antidepressivos tricíclicos está contra-indicado em pacientes com distúrbios cardíacos associados com prolongamento do intervalo QTc no eletrocardiograma.
A Bulimia parece responder melhor ao tratamento com Terapia Cognitivo-comportamental. O único antidepressivo aprovado para o uso na Bulimia é a Fluoxetina (do grupo dos inibidores da recaptação da serotonina). Ele é utilizado em uma dose maior do que no tratamento da depressão (60 mg/dia), sugerindo que mecanismos subjacentes diferentes possam estar envolvidos na utilidade desses medicamentos na Bulimia e na depressão.


Pergunta: - Esses transtornos podem desencadear doenças físicas e emocionais mais graves?

Resposta: - Alguns pacientes com Anorexia Nervosa podem desenvolver sintomas emocionais e comportamentais mais graves, como: depressão, automutilação, comportamento obsessivo-compulsivo e idéias suicidas. Complicações médicas importantes podem ocorrer, tais como: desnutrição, disfunções endócrinas e metabólicas (alterações da função tireoidiana e da supra-renal), bem como decorrentes da realimentação (dilatação gástrica aguda, edema, retenção hídrica e disfunções renal e hepática).
A Bulimia pode também desencadear problemas psiquiátricos e clínicos adicionais, porém em menor grau que na Anorexia.


Pergunta: - Qual a causa da depressão na Anorexia/Bulimia?

Resposta: Não se determina com facilidade por que determinados pacientes evoluem com formas mais graves de depressão e outros estados patológicos psiquiátricos, enquanto outros conseguem um controle do quadro com menor nível de dificuldade. Entretanto, uma disfunção psicológica importante afeta todos os pacientes com distúrbios alimentares.


- Dr. Cyro, deixe aqui a sua mensagem para os portadores de Anorexia/Bulimia.
- Em um momento que se valoriza cada vez mais o corpo, não como forma de manter-se saudável, mas como um produto a ser adquirido, é cada vez mais comum o desenvolvimento de comportamentos inadequados do ponto de vista alimentar. Abundam, na imprensa, as notícias de agências famosas no Brasil e no mundo com graves problemas de saúde e, até mesmo, com casos de morte decorrente de Anorexia Nervosa. Como boa notícia nesse mar de problemas, há que se louvar a atitude da Espanha que, ao determinar um nível mínimo de índice de massa corporal para as modelos desfilarem em seu território, contribui para diminuir o impacto desses distúrbios na saúde (ao menos entre profissionais que valorizam excessivamente a forma corporal).
Acho importante que, como primeiro passo para o sucesso terapêutico, os pacientes devem reconhecer seu problema para se engajarem na luta pela recuperação de sua saúde.
Atualmente, para aqueles que possuem amigos ou outros entes queridos, vivendo esse problema, sugiro que dêem sempre apoio e carinho, e não o considerem como uma falha de caráter, estigmatizando o portador. Os distúrbios alimentares são tipos de doença, e que têm cura; os pacientes merecem ser tratados e voltar a viver de forma saudável.




Entrevista sobre o Transtorno do Pânico com o especialista Dr. Fernando Mineiro de Belo Horizonte/MG:


Pergunta: - Dr. Fernando, o que causa o Transtorno do Pânico? E por que ele ocorre?

Resposta: - O Transtorno do Pânico é um distúrbio químico, genético e recorrente. Devido a uma complicação no cromossomo 15, formam-se determinadas proteínas que se agregam ao neurotransmissor serotonina, ocasionando a sua recaptação pelo neurônio de origem. Essa recaptação aciona as amígdalas cerebrais ocasionando as crises. A função dos antidepressivos é bloquear o retorno da serotonina, funcionando como um agente tampão. Este estudo foi realizado em uma universidade da Espanha. Estudo semelhante foi realizado pela UFMG em Belo Horizonte. Chegou-se à mesma conclusão. O cromossomo estudado aqui foi o de nº 11. Nessa pesquisa, constatou-se que os portadores tinham baixa concentração do aminoácido triptofano, o precursor da serotonina



Pergunta: - Existe algum mecanismo de prevenção e cura do transtorno do Pânico?

Resposta: - A primeira crise em pessoas predispostas geneticamente ao Transtorno do Pânico, é motivada por situações estresse ou tensão constante, perda de suporte social ou familiar. Par evitar que ele ecloda, devem-se evitar essas situações, nem sempre possíveis. Manter o nível de triptofano equilibrado é uma boa indicação, pois, em baixa, pode funcionar como gatilho para a eclosão da primeira crise. As próximas crises não necessitam de fatores que a justifiquem, mas podem contribuir.



Pergunta: - Quais os métodos empregados para o alívio nas aflições do pânico?

Resposta: - Além dos antidepressivos e ansiolíticos, exercícios de respiração diafragmática, relaxamento autógeno, caminhadas para se ter o benefício das endorfinas, alimentação de fácil digestão e levar uma vida light. A Terapia Cognitivo-comportamental ajuda muito, principalmente no caso de agorafobia.



Pergunta: - Qual a diferença entre Transtorno do Pânico e Ansiedade Patológica?

Resposta: - A característica principal do portador do Transtorno do Pânico é ter crises sem motivos que as justifiquem, podendo passar um bom período sem que elas se manifestem. Já na Ansiedade Generalizada (Patológica), o portador se mantém sempre ansioso, independente de ter ou não situações estressantes. Ambos estão relacionados à transmissão dos neurotransmissores.


Pergunta: - Os medicamentos antidepressivos e ansiolíticos são eficazes para o tratamento do Pânico?

Resposta: Conseguem bloquear as crises após tratamentos por um período de a 1 a 2 anos, porém, não garantem a cura definitiva.O máximo que o portador consegue é a fase de controle, sem crises, sem medicamentos, porém com sintomas isolados.


- Dr. Fernando, deixe aqui sua mensagem aos portadores do Pânico:

-Vivam um dia de cada vez.Esqueçam o ontem, ele não pode ser alterado.Viva somente o dia de hoje, principalmente o aqui e agora.Só pense no amanhã quando ele se tornar hoje.



















terça-feira, 24 de junho de 2008

TRANSTORNOS FÓBICO-ANSIOSOS

Transtornos fóbico-ansiosos
Grupo de transtornos nos quais uma ansiedade é desencadeada exclusiva ou essencialmente por situações nitidamente determinadas que não apresentam atualmente nenhum perigo real. Estas situações são, por esse motivo, evitadas ou suportadas com temor. As preocupações do sujeito podem estar centradas sobre sintomas individuais tais como palpitações ou uma impressão de desmaio, e freqüentemente se associam com medo de morrer, perda do autocontrole ou de ficar louco. A simples evocação de uma situação fóbica desencadeia em geral ansiedade antecipatória. A ansiedade fóbica freqüentemente se associa a uma depressão. Para determinar se convém fazer dois diagnósticos (ansiedade fóbica e episódio depressivo) ou um só (ansiedade fóbica ou episódio depressivo), é preciso levar em conta a ordem de ocorrência dos transtornos e as medidas terapêuticas que são consideradas no momento do exame.
Agorafobia
Grupo relativamente bem definido de fobias relativas ao medo de deixar seu domicílio, medo de lojas, de multidões e de locais públicos, ou medo de viajar sozinho em trem, ônibus ou avião. A presença de um transtorno de pânico é freqüente no curso dos episódios atuais ou anteriores de agorafobia. Entre as características associadas, acham-se freqüentemente sintomas depressivos ou obsessivos, assim como fobias sociais. As condutas de evitação comumente são proeminentes na sintomatologia e certos agorafóbicos manifestam pouca ansiedade dado que chegam a evitar as situações geradoras de fobia.
Agorafobia sem antecedentes de transtorno de pânico
Transtorno de pânico com agorafobia
Fobias sociais
Medo de ser exposto à observação atenta de outrem e que leva a evitar situações sociais. As fobias sociais graves se acompanham habitualmente de uma perda da auto-estima e de um medo de ser criticado. As fobias sociais podem se manifestar por rubor, tremor das mãos, náuseas ou desejo urgente de urinar, sendo que o paciente por vezes está convencido que uma ou outra destas manifestações secundárias constitui seu problema primário. Os sintomas podem evoluir para um ataque de pânico.
Antropofobia
Neurose social
Fobias específicas (isoladas)
Fobias limitadas a situação altamente específicas tais como a proximidade de determinados animais, locais elevados, trovões, escuridão, viagens de avião, espaços fechados, utilização de banheiros públicos, ingestão de determinados alimentos, cuidados odontológicos, ver sangue ou ferimentos. Ainda que a situação desencadeante seja inofensiva,
seja inofensiva, o contato com ela pode desencadear um estado de pânico como na agorafobia ou fobia social.
Acrofobia
Claustrofobia
Fobia(s) (de):
· animais
· simples

segunda-feira, 21 de abril de 2008

PRIMEIRO LIVRO DO AUTOR


Esta obra tem como objetivo esclarecer o público sobre as causas e tratamentos da Depressão e dos distúrbios mentais que assolam o mundo nos últimos tempos. Embora esses distúrbios já existissem desde os séculos primários, a depressão vem despontando como a principal doença do século atual, a ponto de ser considerada hoje, pela ciência, como a quarta doença mais freqüente, podendo ser a segunda ou a primeira na próxima década.
Com essa obra, esperamos que o público leitor, além do conhecimento das informações dadas, desenvolvam também um autoconhecimento que possa prevenir as novas gerações contra esses flagelos do mundo pós-moderno.